A cidade assassinada , primeiro texto de dramaturgia de Antonio Callado, nasceu como homenagem aos 400 anos de cidade de São Paulo e hoje é um clássico da literatura brasileira.
Escrita e encenada na década de 1950, A cidade assassinada transporta o público para o Brasil de 1500 em três atos, junto de personagens históricos e lendários, como João Ramalho e padre José de Anchieta.
Com um texto riquíssimo, recheado de camadas históricas e de intertextualidades, Callado apresenta em A cidade assassinada, suas preocupações políticas – que aparecerão em obras posteriores, como no seu romance Quarup –, como a condição indígena, a colonização religiosa, a formação do povo brasileiro e a imposição de uma lógica de progresso, que vinha a todo vapor no Brasil de Juscelino Kubitschek.
Na peça, a cidade de Santo André da Borda do Campo está ameaçada pelos desejos do governo-geral em transferir o pelourinho (símbolo da presença civilizatória) para a vila de São Paulo. Junto a isso, um conflito de interesses relação ao trato dos indígenas da região se desenha entre a violência física dos primeiros bandeirantes e a violência simbólica dos jesuítas. A guerra entre os homens se aproxima, mas não sem antes considerar a ação decisiva de Rosa Bernarda, mulher e mameluca – personagem feminina forte, como é marca no teatro de Callado.
Ao mesclar memória histórica e ficção, textos clássicos como Auto de Anchieta, Iracema e Cantares de Salomão, o autor, imortal da Academia Brasileira de Letras, é capaz de fazer emergir a própria identidade brasileira. Na peça são apresentados conflitos políticos, que mesmo representados nos interesses entre colônia e metrópole são até hoje perceptíveis, e conflitos amorosos, incluindo a batalha ética entre amor e dever. São discutidas também a própria condição e missão da arte e a busca pela liberdade — temas particulares e gerais, que são capazes de transpor A cidade assassinada para o rol das grandes obras de alcance universal.
"Antonio Carlos Callado, nascido em Niterói(1917-1997), começou a escrever em jornais ainda jovem. Apesar de formado em Direito, nunca exerceu a profissão. Trabalhou em jornais cariocas como O Globo, Jornal do Brasil e Correio da Manhã, onde foi redator-chefe entre 1954-1960. Foi responsável por chefiar a equipe que elaborou a primeira edição da Enciclopédia Barsa, publicada em 1963. Em 1974, foi professor nas Universidade de Cambridge, na Inglaterra e Columbia, nos Estados Unidos. Em 1975, largou o jornalismo para se dedicar à literatura, que estreou em 1951 escrevendo peças teatrais. Contrário ao regime militar, foi preso duas vezes durante o período pelo lado político de seus romances. Em 1994 foi admitido para a cadeira 8 da Academia Brasileira de Letras.
Antonio Callado (1917-1997) foi jornalista, dramaturgo e um dos principais romancistas brasileiros do século xx. Deixou uma obra vasta e notável, com destaque para os romances Quarup (1967), Bar Don Juan (1971), Reflexos do baile (1976), Sempreviva (1981) e Concerto carioca (1985). Em 1994, entrou para a Academia Brasileira de Letras. |
| ISBN | 9788503013932 |
| Autor(a) | Callado, Antonio (Autor) |
| Editora | José Olympio |
| Idioma | Português |
| Grade curricular | Ensino Fundamental II |
| Edição | 1 |
| Ano de edição | 2022 |
| Páginas | 192 |
| Acabamento | Brochura |
| Dimensões | 18,00 X 12,00 |
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