"A grandiosa cobertura da maior luta de boxe do séculoEsta não foi simplesmente uma luta pela disputa do título mundial dos pesos-pesados. Esta foi “A” luta. A grande luta, a maior luta de boxe do século. Não foi simplesmente o enfrentamento entre duas lendas do esporte: George Foreman, o campeão, e Muhammad Ali, o desafiante, que havia perdido o título de campeão nos tribunais por ter se recusado a lutar na guerra do Vietnã. Era o ano de 1974. O mundo vivia uma grande polarização com a Guerra Fria e o auge da escalada militar no Vietnã. Muhammad Ali representava a América negra, Foreman representava a América branca, arrogante e belicosa. Seu calção trazia as cores da bandeira norte-americana.O que se viu entrou para a história. Um verdadeiro épico, narrado com maestria por Norman Mailer, um dos grandes escritores do século XX e expoente do new journalism. Uma luta cujo impacto foi muito maior do que o som abafado que deixou o mundo perplexo quando o gigante George Foreman despencou nocauteado na lona do grande estádio lotado." 1) Nova tradução deste emblemático título do new journalism, que estava fora das livrarias brasileiras.2) Grande clássico da literatura sobre esportes.3) Neste relato, a luta entre o campeão dos pesos pesados, George Foreman, e Muhammad Ali, ex-campeão (que perdera o título nos tribunais, por se recusar a servir na da Guerra do Vietnã), ocorrida em 30 de outubro de 1974, é contada como um romance. O autor contextualiza o momento histórico, relata os dias anteriores à luta em si, as circunstâncias, e como que penetra na mente dos dois lutadores, principalmente de Ali.4) Mailer originalmente cobriu a luta para a revista Playboy. Ampliado, o texto foi publicado no formato atual pela primeira vez em 1975.5) Para além do relato sobre as técnicas de boxe, que são por si só fascinantes, dada à maestria do autor, ler este livro é revisitar os meados dos anos 1970, em plena Guerra Fria e Guerra do Vietnã, logo após o movimento dos direitos civis ter chacoalhado os Estados Unidos e o mundo.6) Muhammad Ali (1942-2016) é a figura central deste relato. Campeão olímpico (1960), considerado um dos maiores desportistas do século 20 (inclusive foi eleito como tal pela revista Sports Illustrated), participou de 62 lutas, das quais só perdeu 5. No final da década de 1960, foi proibido de lutar durante três anos e meio por ter se recusado a lutar na Guerra do Vietnã. “Nenhum vietcongue me chamou de crioulo. Por que eu deveria lutar contra eles?”, afirmara ele.7) Muhammad Ali participou da luta antirracista. Era amigo de Martin Luther King e Malcolm X. Também se pronunciou sobre liberdade religiosa (converteu-se ao islamismo) e politicamente, desobedecendo o Estado. Sua história e personalidade, retratada aqui magistralmente, interessará os leitores de hoje, quando o sentimento antirracista e a luta por maior diversidade racial cresce no Brasil e no mundo. 8) Norman Mailer é um dos expoentes do new journalism, que aplicou técnicas literárias aos relatos jornalísticos e renovou a literatura norte-americana da segunda metade do século 20. É autor, entre outros, de Os nus e os mortos, Canção do carrasco e do romance O sonho americano, publicado na Coleção L&PM Pocket.9) Este combate deu origem ao filme Quando éramos reis (1996), dirigido por Leon Gast, vencedor de Oscar de Melhor Documentário.
Sobre o autor(a)
Mailer, Norman
"Norman Mailer nasceu em 1923 em New Jersey, cresceu no Brooklyn e ingressou na Universidade de Harvard com apenas dezesseis anos para estudar engenharia. Durante a Segunda Guerra Mundial serviu nas Filipinas, experiência que forneceu material para o seu elogiado romance de estréia, Os nus e os mortos, de 1948, que o tornou célebre aos 25 anos. Fundou a revista Village Voice em 1955 e foi editor da Dissent entre 1952 e 1963. Em 1967, foi preso por participar de manifestações contra a Guerra do Vietnã. Foi casado seis vezes, tem nove filhos e concorreu, sem sucesso, à prefeitura de Nova York.Um dos mais controversos jornalistas norte-americanos do século XX, Mailer, juntamente com Truman Capote e Tom Wolfe, inovou no gênero de não-ficção (o chamado New Journalism) e ficou conhecido no mundo inteiro por seu posicionamento crítico à política americana. Escreveu mais de quarenta livros, entre eles A luta (1975) e Os machões não dançam (1984), além de peças, roteiros, poemas e contos. Recebeu duas vezes o prêmio Pulitzer, primeiro por Os exércitos da noite (1968), sobre os movimentos contra a guerra do Vietnã – pelo qual também recebeu o National Book Award for Arts and Letters –, e em 1980, por A canção do carrasco (1979), sobre a execução de Garry Gilmore." |