A crise global não afeta a todos da mesma forma. As mutações do mundo do trabalho e as subjetividades dispostas a participar de novas formas de produção e consumo redesenham nosso presente. O que significa, então, repensar a possibilidade de um mundo liberado do capitalismo? No contexto de uma crise que marca os limites do pensamento neoliberal, os novos movimentos sociais - os excluídos, sem documentos, sem empregos, sem moradia, migrantes, indígenas - propõem iniciativas de baixo para cima. Em um esforço inusitado, que combina projeção teórica e conhecimento direto de uma das experiências mais reflexivas de autonomia das últimas décadas, Jérôme Baschet analisa as experimentações sociais e políticas das comunidades zapatistas, explora as possibilidades do Bem Viver e propõe um balanço crítico dos movimentos e uma análise da organização política das comunidades autônomas federadas que assumiram a saúde, a educação, a segurança e os serviços de justiça. Baschet explicita as características mais complexas do capitalismo financeirizado e explora caminhos alternativos para a elaboração prática de novas formas de vida. Sem estabelecer um modelo universal para as experiências de autogestão, nem construir uma grande história para o futuro, o autor condena-as a se dissolverem em algo novo, reabrindo o horizonte de outros mundos possíveis.Jérôme Baschet é um autodenominado ex-historiador medievalista, agora pensador ativo dos e nos movimentos autônomos ao redor domundo. Depois de lecionar na École des Hautes Etudes en Sciences Sociales (EHESS) por um longo tempo, ele agora leciona na Universidad Autónoma de Chiapas, em San Cristóbal de Las Casas (México). Baschet leciona, desde 1997, no México, na Universidade Autônoma de Chiapas, em San Cristóbal de Las Casas, onde também participa das atividades da Universidade da Terra. Na UNACH, seu ensino sobre a Idade Média européia, pensada a partir da América Latina, atenta para a dinâmica ocidental e suas extensões coloniais. Essa prática resultou na publicação de um livro de síntese dedicado ao "civilização feudal "(La civilization feudal. Do ano 1000 à colonização da América, publicado em português, São Paulo, Globo, 2006). Em 2016, Jérôme Baschet encerrou tanto a sua trajetória como historiador medievalista e a docência na EHESS, e atualmente atua nos desafios do mundo contemporâneo (sem abandonar a análise da dimensão histórica destes).
Sobre o autor(a)
Baschet, Jérôme
Jérôme Baschet é historiador e autor, entre outros, de A experiência zapatista,(n-1 edições). |