Antropologia estrutural zero disponibiliza textos inéditos do renomado antropólogo Claude Lévi-Strauss. Os artigos aqui reunidos serviram de base para a antropologia estrutural que Lévi-Strauss viria a desenvolver durante sua carreira.
Marcado pela experiência do exílio, Antropologia estrutural zero testemunha um momento ao mesmo tempo biográfico e histórico durante o qual – como muitos artistas e estudiosos judeus europeus – Claude Lévi-Strauss se refugiou em Nova York. Escritos entre 1941 e 1947, quando ainda não havia abandonado suas reflexões políticas, os dezessete capítulos deste livro restauram uma pré-história da antropologia estrutural.
Hoje é notório que a publicação de Antropologia estrutural constituiu uma etapa crucial para a divulgação e a expansão do estruturalismo. Antropologia estrutural pôs em destaque o caráter extremamente inovador da reflexão e da ambição teórica de um projeto baseado em dados etnográficos muito precisos, aberto tanto para outras disciplinas (linguística, história, psicanálise…), quanto para trabalhos de língua inglesa. Este Antropologia estrutural zero apresenta textos importantes, pouco conhecidos, publicados, na sua maioria, inicialmente em inglês e em revistas variadas, textos que para muitos se tornaram até certo ponto inacessíveis.
A ideia de “significante zero” está na própria base do estruturalismo. Falar de Antropologia estrutural zero é, portanto, retornar à fonte de um pensamento que perturbou nossa concepção do humano. Mas esta pré-história das Antropologias estruturais um e dois também sublinha o sentimento de tábula rasa que animava seu autor e o projeto – partilhado com outros – de um recomeço civilizacional em novas bases.
Os anos que o antropólogo viveu em solo americano foram também os da consciência de catástrofes históricas irremediáveis: o extermínio dos índios americanos e o genocídio dos judeus. A partir da década de 1950, a antropologia de Lévi-Strauss parece devidamente moldada pela memória e pela possibilidade do holocausto, que nunca é nomeado.
Além do interesse intrínseco que despertam, esses dezessete artigos – escolhidos, editados e prefaciados por Vincent Debaene, professor da Universidade de Genebra – permitem encontrar as questões fundadoras e as primeiras hipóteses de trabalho deste que é um dos intelectuais mais renomados do século XX.
Um dos mais renomados antropólogos do século XX, Claude Lévi-Strauss é considerado fundador da Escola Estruturalista. Nasceu em 28 de novembro de 1908, em Bruxelas. Ocupou a cadeira de antropologia social no Collège de France de 1959 a 1982 e foi eleito membro da Academia Francesa em 1973. Faleceu em Paris no dia 30 de outubro de 2009, aos 100 anos.
Claude Lévi-Strauss, antropólogo francês, muito conhecido por causa de suaantropologia estrutural, nasceu em 28 de novembro de 1908 na Bélgica. Fez seusestudos na Universidade de Paris. De 1935 a 1939 foi professor da Universidade de São Paulo (USP) e fez várias expedições ao Brasil Central. Diz A. Raynouard que, “graças a um olhar desembaraçado dos antigos preconceitos sobre os povos ditos primitivos, o antropólogo Claude Lévi-Strauss revolucionou a etnologiacontemporânea e criou um método original, associando análise estrutural e contribuição psicanalítica, para interpretar os mitos, descobrir os grandes sistemas de pensamento ou explicar o funcionamento social. Sua obra deu novo sentido às noções de raça, cultura e progresso”. Sua crença de que as características do ser humano eram idênticas em toda parte firmou-se depois de inúmeras viagens ao Brasil e visitas às tribos indígenas da América do Norte e do Sul. O método que usou para estudar a organização social dessas tribos chama-se estruturalismo. E ele mesmo diz: “O estruturalismo é a busca de harmonias insuspeitas”. Em 1950 tornou-se diretor de estudos na École Pratique des Hautes Études. Em 1959 assumiu a cátedra de Antropologia Social no Collège de France. Escreveu vários livros, dos quais destacamos As estruturas elementares do parentesco (1949): nele analisa a proibição do incesto como meio positivo de assegurar a comunicação e o intercâmbio das mulheres entre os grupos, e vê nisso o critério de passagem da natureza à cultura. Tristes trópicos (1955): narra o nascimento de sua vocação como etnólogo durante sua primeira expedição às tribos do Brasil. |
Ivone Benedetti é tradutora e escritora. Traduziu para a Carambaia o livro “Pequeno mundo antigo”, de Antonio Fogazzaro, pelo qual foi finalista do Prêmio Jabuti de Tradução. |
| ISBN | 9786558381228 |
| Autores | Lévi-Strauss, Claude (Autor) ; Benedetti, Ivone (Tradutor) |
| Editora | Bertrand Brasil |
| Idioma | Português |
| Grade curricular | Ensino Universitário |
| Faixa etária | Adolescentes (11-14) |
| Edição | 1 |
| Ano de edição | 2022 |
| Páginas | 322 |
| Acabamento | Brochura |
| Dimensões | 22,50 X 15,50 |
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