Clássico de Louis Althusser sobre a dominação dos trabalhadores pelo Estado e as elites volta às livrarias em momento delicado da política brasileira.
Publicado pela primeira vez em 1970, o breve ensaio “Aparelhos ideológicos de Estado (Notas para uma pesquisa)” representou uma renovação para o marxismo. Nele, o filósofo francês Louis Althusser reafirma sua filiação teórica e dá contribuições inovadoras aos estudos da ideologia, aprofundando o entendimento sobre a dominação do Estado e das classes dominantes sobre os trabalhadores. Seu texto influenciou intelectuais importantes, como Judith Butler, Ernesto Laclau e Slavoj Žižek.
Neste livro, Althusser parte da premissa de que, se uma sociedade capitalista depende de certas condições de produção para existir, faz-se necessário reproduzir tais condições ad infinitum. Tal qual é feita, a gestão da economia pelo Estado não só permite a exploração inerente à luta de classes, mas dispõe também dos meios para conservar essa exploração. Ao revisar a noção marxista de que o Estado seria uma máquina de repressão que garante a extorsão do proletariado pelo burguês, Althusser opta por uma diferenciação entre o poder de Estado e o aparelho de Estado, distinguindo no último um viés repressor (abordagem marxista tradicional) e também um viés ideológico. Assim, ele elabora uma categoria de institucionalização da ideologia necessária ao Estado para garantir a manutenção da ordem vigente. Esses aparelhos extrapolam o uso da força; não que esta passe a ser vista como dispensável, mas também sem configurá-la como único fator de controle.
Nessa dinâmica, o trabalhador nasce e se renova como força de trabalho, convivendo desde sempre com as ideologias que o educam para a reprodução do status quo — aqui se destaca a figura central da Escola — e que justificam sua posição na ordem material do mundo. Os aparelhos conformam um sistema que reforça a si mesmo: infunde suas raízes na vida dos indivíduos e, com isso, molda as subjetividades, provocando uma relação intricada de dominação e sujeição. Tal articulação mitiga a ideologia por trás das instituições ao fazer com que o controle ideológico se torne parte imanente de cada um de nós.
Esta edição traz, além do ensaio em questão, prefácio com análise crítica de J. A. Guilhon de Albuquerque — fundador e ex-diretor do Departamento de Ciência Política e do Núcleo de Relações Internacionais da USP.
“Um dos mais importantes pensadores marxistas do século XX [...]. Sua renovação do marxismo representou uma liberação para gerações mais jovens.” - Radical Philosophy
Louis Althusser nasceu na Argélia, em 1918, e morreu na França, em 1990. Ministrou cursos de filosofia na renomada École Normale Supérieur de Paris e foi um dos líderes intelectuais do Partido Comunista Francês. Influenciado por Marx, Gramsci, Freud e Lacan, o autor se tornou uma das principais referências sobre os estudos da ideologia, formando fileira junto aos intelectuais marxistas que se dedicaram à reinterpretação metodológica do estruturalismo de de Lévi-Strauss.
Louis Althusser foi uma das figuras fundamentais do pensamento francês da segunda metade do século XX. Entre suas obras destacam-se: Por Marx, Sobre a reprodução, Política e história: de Maquiavel a Marx, publicada por esta editora. |
ISBN | 9786555480290 |
Autores | Althusser, Louis (Autor) ; Evangelista, Walter José (Tradutor) ; Castro, Maria Laura Viveiros De (Tradutor) |
Editora | Paz E Terra |
Idioma | Português |
Grade curricular | Ensino Fundamental II |
Edição | 13 |
Ano de edição | 2022 |
Páginas | 144 |
Acabamento | Brochura |
Dimensões | 20,50 X 13,50 |
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