Quando Araújo, um simpático velhinho de quase oitenta anos de idade, descobre que as árvores de uma praça quase abandonada de sua cidade vão ser derrubadas para dar lugar a um moderno shopping center, fica inconformado. Imediatamente, corre até a praça para ver se a mangueira, sua árvore preferida, ainda está de pé. Por sorte, ela ainda está lá, como ainda está lá o pequeno coração que ele havia gravado no tronco da árvore anos antes, com os dizeres: "Araújo ama Ophélia". Araújo decide, então, ir atrás da Ophélia, sua primeira namorada, que ele não via há quase sessenta anos. Depois de conversar com ela e relembrar o passado, Araújo lhe fala do perigo que ameaça a bela árvore, que tanto significado tinha para eles. Decididos a fazer algo, os dois se dirigem à polícia, buscam o auxílio da prefeitura, mandam cartas indignadas aos jornais, porém, ninguém se decide a colaborar. Como desistir está fora de questão, os dois recorrem, então, a uma última saída: sobem na mangueira e se negam, terminantemente, a descer até que lhes garantam que não apenas a mangueira, mas todas as árvores da praça, continuarão de pé. Os engenheiros, irritados com a perda de tempo, procuram de todo modo convencê-los a descer da árvore e chegam até mesmo a chamar a polícia, sem sucesso. Aos poucos, estimulados e comovidos com a atitude dos dois velhinhos, muitos dos moradores da região passam a manifestar-se contra a derrubada das árvores, dando-se conta do quanto aquela praça possuía um papel importante em suas vidas. Por fim, diante de tantas manifestações de repúdio à derrubada, os engenheiros acabam por ir embora, deixando as árvores em paz.
Sobre o autor(a)
Azevedo, Ricardo
RICARDO AZEVED é um renomado escritor, ilustrador e pesquisador brasileiro. Com mais de cem livros infantis publicados, Ricardo iniciou sua carreira literária ainda na adolescência, com o livro "Um homem no sótão". Seus trabalhos foram reconhecidos com diversos prêmios e alcançaram sucesso internacional, sendo publicados em países como França, Portugal, México, Alemanha e Holanda. Formado em comunicação visual e com mestrado em Letras e doutorado em Teoria Literária, Ricardo também é responsável pelas ilustrações de grande parte de suas obras. Sua paixão pela cultura popular é evidente em seus livros, que exploram contos maravilhosos, quadras e adivinhas. Suas histórias abordam a importância de diferentes pontos de vista e a convivência harmoniosa. Com uma vasta lista de publicações em diversas editoras, Ricardo Azevedo é um dos grandes nomes da literatura infantil brasileira. |