“Uma surpreendente imagem espelhada de eventos que são tão familiares ao Ocidente quanto os contos de fadas.”
New Yorker Julho de 1096: faz forte calor sob as muralhas de Niceia.
À sombra das figueiras, nos jardins floridos, circulam notícias inquietantes: uma tropa composta por cavaleiros, infantaria, mas também mulheres e crianças, marcha sobre Constantinopla. Diz-se que trazem às costas tiras de pano em forma de cruz. Eles afirmam que estão vindo para exterminar os muçulmanos pelo caminho até Jerusalém, e estão chegando aos milhares. Trata-se dos
franj – os francos, segundo os árabes.
Eles permanecerão por dois séculos na Terra Santa, saqueando e massacrando para a glória de seu deus. Esta bárbara incursão do Ocidente no coração do mundo muçulmano marca o início de um longo período de decadência e obscurantismo. Ainda hoje é sentida, no Islã, como a pior das violações.
As cruzadas vistas pelos árabes é a história “ao contrário”. De origem libanesa, Amin Maalouf escreveu um romance com base nos olhos árabes e, para isso, recorreu às obras de historiadores arabistas medievais.
Neste romance histórico, príncipes islâmicos difamados pelos cronistas ocidentais, como Noradine, Saladino e Baibars, são apresentados como heróis. Inversamente, os “cruzados” tornam-se bárbaros, ou pior ainda, “os canibais de Maarate”. Como no seu romance
Léon l’Africain [
Leão, o Africano], Amin Maalouf propõe uma nova imagem do mundo árabe, para ver apreciada para um público mais amplo.
"Para mudar o seu ponto de vista e aprender algo que muito provavelmente não foi ensinado na escola, leia este livro."
Alice Burton,
Book Riot "Não é preciso levar séculos para ensinar as cruzadas de modo mais justo."
H A Hellyer,
The National News Sobre os autores(as)
Maalouf, Amin
Amin Maalouf publicou romances como Léon l’Africain [Leão, o Africano], Samarcande [Samarqanda], O rochedo de Tânios (Vencedor do Prêmio Goncourt 1993) e Os desorientados; obras históricas como Origines [Origens], Un fauteuil sur la Seine [Uma poltrona sobre o Sena] e As Cruzadas vistas pelos árabes; e também ensaios como Les identités meurtrières [Identidades assassinas] ou Le dérèglement du monde [A perturbação do mundo]. Seus livros foram traduzidos para cerca de cinquenta idiomas. Ele foi eleito membro da Academia Francesa em 2011, e ocupa a cadeira que pertenceu a Claude Lévi-Strauss. |
Simões, Julia Da Rosa
Historiadora, tradutora e Doutora em História pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Realizou parte de sua pesquisa de doutorado na Ècoles des Hautes Ètudes em Sciences Sociales, em Paris, na França. É tradutora do francês desde 2004 e tem mais de 100 traduções publicadas por grandes editoras brasileiras. |