A caixa Memória do Fogo contém a trilogia homônima. As obras formam um inventário apaixonante da saga da América, sobretudo a história da América Latina. Personagens, mitos, lendas, batalhas, vencedores e vencidos desfilam diante dos leitores em flashes carregados de lirismo e emoção.Os nascimentos, primeiro livro, abrange os séculos XV, XVI e XVII; o segundo, As caras e as máscaras, os séculos XVIII e XIX, e O século do vento, o último a compor a trilogia, fecha o século XX.Eduardo Galeano traça um painel da história América Latina nos últimos quinhentos anos. Idolatrado pelas esquerdas, Galeano tornou-se símbolo de resistência à exploração dos povos oprimidos do continente latino-americano 1. O jornalista e autor uruguaio Eduardo Galeano (1940-2015) foi um dos grandes expoentes a tratar da América e, mais especificamente, da América Latina na literatura.2. A trilogia Memória do Fogo inclui 3 volumes: “Os nascimentos”, “As caras e as máscaras” e “O século do vento”. Em ordem cronológica, o autor revisita a história das Américas, desde os tempos pré-colombianos até a década de 80 - em textos curtos e poéticos que funcionam como fotografias de episódios históricos e compõem uma saga épica, viva e emocionante do Novo Mundo.3. Os personagens são: mitos, lendas, generais, artistas, revolucionários, operários, conquistadores e conquistados, batalhas, vencedores e vencidos, que desfilam diante dos leitores em capítulos curtos carregados de lirismo e emoção.4. Publicada entre 1982 e 1986, a obra mereceu elogios da crítica especializada e Galeano foi comparado a John dos Passos e Gabriel García Márquez. “Como Heródoto, Galeano converte a história coletiva em oráculo.” (The Guardian) e “Memória do fogo ficará, sem dúvida, como a mais bela e estremecedora história das Américas.” (Casa de las Américas) “""Os grandes escritores dissolveram gêneros antigos e encontraram novos. Esta trilogia de um dos mais ousados e talentosos da América Latina é impossível de classificar"". (The Times)5. Partindo da mitologia e da cosmogonia dos povos ameríndios, passando pelos genocídios indígenas perpetrados pelos colonizadores europeus, a vinda dos escravizados desde a África e chegando até o século XX com os desafios ambientais, Galeano recoloca no devido lugar a importância dos povos originários e afrodescendentes na história das Américas, do norte do Canadá ao sul da América do Sul.6. São abordados também episódios das várias ditaduras da América Latina na segunda metade do século XX.7. São revisitadas figuras históricas das Américas, de Colombo a Thomas Edison, Charles Chaplin, Pixinguinha, Santos Dumont e Oswaldo Cruz, entre muitas outras.8. Os livros de Eduardo Galeano são adotados tanto na educação básica quanto na superior.9. O projeto gráfico inclui ilustrações alusivas à arte pré-colombiana.10. Galeano, que era um apaixonado pelo Brasil, dá grande destaque para personalidades e episódios da história brasileira, como por exemplo João Cândido, conhecido como Almirante Negro, que liderou a Revolta da Chibata, depois da qual os castigos físicos foram abolidos na marinha.
Sobre os autores(as)
Galeano, Eduardo
"Eduardo Galeano (1940-2015) nasceu em Montevidéu, no Uruguai. Viveu exilado na Argentina e na Catalunha, na Espanha, desde 1973. No início de 1985, com o fim da ditadura, voltou a Montevidéu.Galeano comete, sem remorsos, a violação de fronteiras que separam os gêneros literários. Ao longo de uma obra na qual confluem narração e ensaio, poesia e crônica, seus livros recolhem as vozes da alma e da rua e oferecem uma síntese da realidade e sua memória. Recebeu o prêmio José María Arguedas, outorgado pela Casa de las Américas de Cuba, a medalha mexicana do Bicentenário da Independência, o American Book Award da Universidade de Washington, os prêmios italianos Mare Nostrum, Pellegrino Artusi e Grinzane Cavour, o prêmio Dagerman da Suécia, a medalha de ouro do Círculo de Bellas Artes de Madri e o Vázquez Montalbán do Fútbol Club Barcelona. Foi eleito o primeiro Cidadão Ilustre dos países do Mercosul e foi o primeiro escritor agraciado com o prêmio Aloa, criado por editores dinamarqueses, e também o primeiro a receber o Cultural Freedom Prize, outorgado pela Lannan Foundation dos Estados Unidos. Seus livros foram traduzidos para muitas línguas." |
Nepomuceno, Eric
Eric Nepomuceno é jornalista, tradutor e escritor. Traduziu obras de importantes autores latino-americanos, como Jorge Luis Borges, Julio Cortázar e Gabriel Garcia Marques. Por isso ganhou três Prêmios Jabuti. O quarto ganharia por seu trabalho investigativo sobre o massacre de Eldorado dos Carajás.No jornalismo, começou como revisor do jornal O Estado de S. Paulo, mas foi no Jornal da Tarde que se estabeleceu na profissão. Nepomuceno foi mandando como correspondente para Buenos Aires, onde seus artigos contra a ditadura brasileira na impressa local impossibilitaram sua volta. Começou a trabalhar então na revista Crisis, do escritor Eduardo Galeano.Pouco depois, a revista Veja contratou-o como correspondente internacional, de modo que Eric cobriu os principais acontecimentos políticos da América Latina de 1976 a 1983, quando voltou ao Brasil para trabalhar no Jornal da Globo. Abandonou o jornalismo diário em 1986 e, desde então, escreve apenas ocasionalmente para veículos diversos. Escreveu: Memórias de um setembro na praça, Quarenta dólares e outras histórias, Hemingway na Espanha, Coisas do mundo, A palavra nunca, Quarta-feira, O Massacre, Bangladesh, talvez e outras histórias. |