Na jornada de Carlinhos no Ciclo da Cana-de-Açúcar, o leitor acompanha o protagonista crescer e passar de uma criança ingênua e solitária, para um adulto ambíguo. Seu desenvolvimento pessoal acrescenta profundidade na narrativa de José Lins do Rego, que mostra o fim dos engenhos tradicionais e a chegada das máquinas sempre costurando isso com o arco narrativo do protagonista.
No Ciclo do Cangaço, que começa com Pedra Bonita e termina com Cangaceiros, lançado pela Global Editora, acontece a mesma coisa. Em declaração sobre o livro, Zé Lins diz: “É o sertão dos santos e dos cangaceiros, dos que matam e rezam com a mesma crueza e a mesma humanidade.” O início do ciclo tem seu pontapé ao mostrar a infância e os dilemas de Bentinho.
Em Pedra Bonita, ele precisa decidir entre seguir o irmão, membro ativo do movimento do cangaço, ou adotar o estilo de vida do seu tio e entrar para a igreja. Cangaceiros, que é a continuação direta da história, tem algumas características parecidas. Além da trama ter a mesma qualidade imersiva tão presente nas obras do autor, a história é dividida em 2 partes. Uma abordando o movimento do cangaço em si, pela visão de personagens icônicos como Aparício (o líder), Germano, Bem-te-vi e Beiço Lascado. E a outra mostrando como Bentinho é obrigado a cuidar da mãe mentalmente instável, acompanhar a jornada intensa dos seus irmãos (ambos envolvidos no cangaço) e como ele se apaixonada sutilmente por Alice, um ponto fora da curva na sua vida caótica. Sempre olhando as mudanças da margem, o protagonista precisa, de uma vez por todas, entender seu papel no mundo em que vive. Assim, Cangaceiros é um livro interessante em mais de uma frente: tanto na construção de personagem, quanto na visão ambígua de um movimento que já foi muito retratado pela cultura no geral – por meio de cinema, TV e até mesmo na música. Assim como o Ciclo da Cana-de-Açúcar, José Lins do Rego mostra um conhecimento profundo não apenas pelas suas raízes nordestinas, como também por figuras complexas.
XICO SÁ nasceu no Crato, Ceará, em 1962. Começou a carreira de jornalista no Recife, e atuou muitos anos como repórter investigativo. Foi colunista da Folha de São Paulo, além de comentarista de programas de TV.Fez parte da bancada do programa esportivo “Cartão Verde” da TV Cultura, junto com o jornalista VictorBirner, o apresentador Vladir Lemos e o ex-futebolista Sócrates. Integrou também parte da bancada do “Saia Justa”, programa exibido pelo canal a cabo GNT e capitaneado por Mônica Waldvogel.Atualmente participa do programa “Amor e Sexo” da Rede Globo, apresentado por Fernanda Lima. Faz também parte do programa “Papo de Segunda”, no GNT, com Marcelo Tas, João Vicente de Castro e Leo Jaime, além de contribuir semanalmente com uma coluna na edição brasileira do jornal El Pais.É autor de diversos livros, incluindo Big Jato(2012) e Os machões dançaram(2015). A falta é seu primeiro romance no selo Tusquets. |
Nasceu em 3 de junho de 1901, em Pilar, Paraíba e faleceu em 12 de setembro de 1957, na cidade do Rio de Janeiro. Publicou em 1932 seu primeiro livro, Menino de engenho, romance que foi seu passaporte de entrada para a história do moderno romance brasileiro. Além de romancista, também contista, cronista, tradutor e jornalista, tendo contribuído ao longo de sua vida para vários periódicos brasileiros. Teve livros traduzidos para o inglês, francês, espanhol, italiano, dentre outras línguas. Em 1956, ano anterior ao de seu falecimento, tornou-se membro da Academia Brasileira de Letras. |
ISBN | 9786556123189 |
Autores | Rego, José Lins Do (Autor) ; Sá, Xico (Apresentador) |
Editora | Global |
Coleção/Serie | José Lins Do Rego |
Idioma | Português |
Edição | 16 |
Ano de edição | 2022 |
Páginas | 384 |
Acabamento | Brochura |
Dimensões | 21,00 X 14,00 |
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