"Gianecchini enfim se permitiu encarar o pensamento proibido: 'Pode ser que tenha chegado a minha hora.'
No que olhou pela primeira vez para a cara da morte, a sua morte, bem de frente, foi tomado por uma calma profunda. Por um momento perdeu de vista os médicos, as enfermeiras, a empresária, a mãe, os parceiros profissionais e afetivos, a legião de fãs. Enxergou com clareza o verdadeiro lugar de todo mortal em sua condição mais pura: a solidão.
E se sentiu forte nesse lugar. Entendeu que fora exatamente dali que, ainda menino, vislumbrara o seu caminho – um caminho que o diferenciava de todos os membros de sua família, de todos os exemplos que havia à sua volta no interior, de tudo o que ouvira na escola. Sozinho, deixara Birigui de ônibus e ganhara o mundo.
Agora, a sós com seu medo, Giane foi sendo tomado de certa excitação. O que seria aquilo? Se não era masoquismo, devia ser coragem.
Estava pronto para a travessia. Qualquer uma."
GUILHERME FIUZA é escritor, roteirista e jornalista. Entre suas obras estão 3.000 dias no bunker, Meu nome não é Johnny (ambas adaptadas para o cinema) e Passaporte 2030. |
| ISBN | 9788575428771 |
| Autor(a) | Fiuza, Guilherme (Autor) |
| Editora | Sextante |
| Idioma | Português |
| Edição | 1 |
| Ano de edição | 2012 |
| Páginas | 304 |
| Acabamento | Brochura |
| Dimensões | 23,00 X 16,00 |
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