Confesso que viviEnfrentar uma situação-limite e sair inteiro é para poucos. Após o auge da dor – seja ela física ou espiritual –, vem o depois, o dia a dia. Em Hoje eu venci o câncer, David Coimbra nos mostra como ele lidou com seus próprios medos ao enfrentar uma doença que colocou sua vida de cabeça para baixo. Logo em seguida a um diagnóstico assustador por sua gravidade, o autor se mudou para os Estados Unidos com sua família para tentar um tratamento experimental que foi sua salvação.Em textos por vezes crus de tão honestos sobre sua saga para recobrar a saúde, o autor nos pega pela mão numa viagem que intercala presente e passado. Para entender de onde tira tanta determinação, retornamos com ele à sua infância, precisamente ao momento em que sua mãe, com três filhos pequenos, foi abandonada pelo marido, e seguimos por sua vida adulta, por seu início no jornalismo, pelas grandes coberturas e principalmente pelos laços de amizade que foi construindo, amigos esses fundamentais para enfrentar a doença.Ao intercalar sua narrativa com as crônicas que publicou nos momentos mais difíceis da sua vida – como o texto supreendentemente leve que escreveu no dia que teve o aterrador diagnóstico ou o angustiante relato de quando se viu internado para mais uma cirurgia nos Estados Unidos, à qual se seguiram delírios em função dos opiáceos receitados –, o autor nos mostra como seguir em frente sempre, mesmo nos momentos mais assustadores. Porque para David Coimbra só existe o presente, o tempo gerúndio, o que está acontecendo. O futuro é inconfiável. E o passado se constrói a cada dia que passa. 1) David Coimbra, um dos jornalistas mais conhecidos do Sul do país, pai de um filho pequeno, praticante de esportes, foi fazer uma tomografia em 2013 por conta de dores no peito e descobriu que estava com câncer no rim e que já havia metástases. Sem saber se teria seis meses ou um ano de vida pela frente, se candidatou para um tratamento experimental disponível no Dana-Farber Hospital, em Boston, Massachusetts, para onde se mudou com sua família. Em Hoje eu venci o câncer, o autor conta em detalhes sua experiência, desde o pavor do diagnóstico inicial, passando pela falta de perspectivas, as sucessivas consultas e a posterior mudança com a família para um lugar tão diferente de sua realidade. Em meio ao medo e às expectativas, o autor faz um retrospecto, voltando à infância e aos seus anos de formação, contando anedotas da juventude e da exitosa carreira jornalística, intercalando algumas crônicas publicadas em momentos cruciais da sua luta contra a doença. 2) Ao dividir com o leitor as angústias de se deparar com a morte, o autor dá voz a medos e anseios de muitas pessoas que se encontram em situação similar, servindo como uma fonte de inspiração para enfrentar doenças graves. 3) Adotando uma postura de valorização da vida, David Coimbra mostra como é possível conviver com a doença de maneira a não paralisar o cotidiano. O trabalho, o convívio com a família e os amigos são parte importante da recuperação. 4) Paralelamente ao acompanhamento do tratamento, David faz uma crônica da sua mudança para os Estados Unidos e relata as experiências vividas por lá, mostrando o contraste cultural entre a realidade americana e brasileira. 5) Obras sobre a experiência de lidar com uma doença grave (especialmente o câncer) foram recentemente best-sellers do New York Times, como O último sopro de vida, de Paul Kalanithi. No Brasil, obras da chamada sick-lit fazem sucesso entre os leitores, como A culpa é das estrelas, de John Green, As vantagens de ser invisível, de Stephen Chbosky, e Extraordinário, de R. J. Palacio. 6) David Coimbra é um dos nomes mais influentes do jornalismo da região Sul, sendo colunista de um dos espaços mais nobres do jornal Zero Hora e participando de diversos programas de rádio, e também autor de diversos livros. A larga experiência jornalística traz fluidez e ritmo para a narrativa. 7) Recentemente a L&PM lançou em pocket do mesmo autor Uma história do mundo, que em formato convencional já vendeu mais de 20 mil exemplares.
Sobre os autores(as)
Coimbra, David
David Coimbra nasceu em Porto Alegre, em 28 de abril de 1962, às 10h da manhã de um sábado, no Hospital Cristo Redentor. Cresceu no IAPI, na Zona Norte da cidade. Formou-se em jornalismo pela PUC-RS em 1984. Durante a faculdade, trabalhou como assessor de imprensa da Livraria e Editora Sulina, redigindo resenhas de livros, entrevistando autores, acompanhando escritores em suas visitas ao Estado.Trabalhou em mais de 10 redações no Sul do Brasil, entre elas: Diário Catarinense, Jornal de Santa Catarina, Jornal da Manhã (Criciúma), RCE TV (SC), Rádio Eldorado (SC), Correio do Povo, Rádio Guaíba e Jornal NH. É editor executivo de esportes e colunista do jornal Zero Hora, além de comentarista da TVCOM e integrante do programa Pretinho Básico, da Rádio Atlântida.É autor dos romances Canibais – paixão e morte na Rua do Arvoredo (2004) e Jô na estrada (2010), dos livros de ensaios históricos Jogo de damas (2007) e Uma história do mundo (2012), das coletâneas de crônicas Mulheres! (2005) e Um trem para a Suíça (2011), entre outros. Confira aqui todos os livros de David Coimbra publicados pela L&PM.Ganhou 10 Prêmios ARI (prêmio de reportagem concedido pela Associação Riograndense de Imprensa), um Prêmio Esso Regional Sul, um Prêmio Açorianos de Literatura, um Prêmio Habitasul de Literatura, um Prêmio Direitos Humanos de Reportagem, um Prêmio Erico Verissimo de Literatura, concedido pela Câmara de Vereadores de Porto Alegre. |
Pinheiro Machado, Ivan
Capa: Ivan Pinheiro Machado sobre a pintura “Retrato de Dante” (1495), Sandro Boticelli 47 x 57 cm, têmpera sobre madeira. Coleção particular, Genebra, Suiça. |