Luisa Geisler constrói em Luzes de emergência se acenderão automaticamente uma narrativa sutil, às vezes entremeada com um humor desconcertante, em outras com passagens cativantes. Ao compor esse mosaico, a autora desenvolve um romance surpreendente, emocional, sobre as incertezas do amadurecimento. De certa forma, um relacionamento são duas pessoas que se recusam a desistir uma da outra. Duas pessoas igualmente ferradas, claro. É o que escreve Henrique, ou Ike, em cadernos que carrega consigo para todos os lugares. São cadernos em que fala de seu dia a dia, dos amigos, e de sonhos difusos que ele guarda para o futuro. Henrique mora nos subúrbios de Porto Alegre com os pais, e é um garoto que se considera, em todos os aspectos, uma pessoa normal. Está na faculdade, trabalha num posto de gasolina em meio período, tem uma namorada. Fala pouco, é introspectivo, mas cultiva amizades sólidas. Tudo muda quando seu melhor amigo, Gabriel, bate a cabeça num acidente banal e, pouco tempo depois, é hospitalizado em coma. Após uma cirurgia de emergência, não há muito que fazer por ele, dizem os médicos. Apenas esperar. E Ike, os pais de Gabriel, o irmão mais velho e os amigos aguardam o menor sinal de melhora. É então que, perto do Natal, Ike começa a escrever. São cartas em sequência ao amigo, como uma conversa, onde relata o que se passa na ausência do amigo. Para “quando tu acordar”, diz ele. “Queria saber quando tu ia acordar, como tu tá, o que tem acontecido, se tem algo que dê pra fazer”, escreve Henrique. As cartas são entremeadas por narrativas curtas, que dão a elas uma dimensão adicional: até que ponto Ike sabe realmente o que acontece à sua volta? O que pensam os outros?
Sobre o autor(a)
Geisler, Luisa
LUISA GEISLER é escritora, tradutora e doutoranda na Universidade Princeton, além de mestre em Processo Criativo pela National University of Ireland e em Estudos Culturais Brasileiros na University of New Mexico. Escreveu, entre outros, Luzes de emergência se acenderão automaticamente, De espaços abandonados, Enfim, capivaras e é coautora de Corpos secos, pelo qual ganhou o Jabuti em 2021. Venceu duas vezes o prêmio Sesc de literatura e foi duas vezes finalista do Jabuti, uma delas com Quiçá. Participou de ações com o Malba, de Buenos Aires, a Serpentine Gallery, de Londres, e a OMI Ledig House, de Nova York. Tem textos e livros traduzidos para mais de quinze países. Nasceu em Canoas (RS) e mora em Princeton, nos Estados Unidos. |
ISBN | 9788579623165 |
Autor(a) | Geisler, Luisa (Autor) |
Editora | Alfaguara Do Brasil |
Idioma | Português |
Edição | 1 |
Ano de edição | 2014 |
Páginas | 296 |
Acabamento | Brochura |
Dimensões | 23,40 X 15,00 |