O Tenente Quetange

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Conhecido como um dos grandes nomes da corrente formalista da teoria literária, Iuri Tyniánov (1894-1943) foi também um talentoso escritor, responsável por modernizar o gênero da ficção histórica na Rússia. Em O tenente Quetange (1928), sua obra mais conhecida, Tyniánov lança mão de capítulos breves e uma linguagem sucinta, quase telegráfica, que remete à prosa modernista e aos cortes rápidos do cinema — não por acaso, a obra nasceu como um roteiro, outro gênero que o autor dominava.

Nesta novela ambientada no século XVIII, durante o reinado do tsar Paulo I — numa sátira que miraculosamente escapou à censura de Stálin —, Tyniánov parte de uma simples anedota para compor uma elaborada crítica da autocracia russa, na qual o processo de burocratização do cotidiano e falseamento de dados históricos ganha vida própria e gera situações verdadeiramente surreais.

Junto à celebrada tradução de Aurora Bernardini e à apresentação de Boris Schnaiderman, este volume traz ainda um posfácio, inédito em português, de Veniamin Kaviérin, em que o escritor e dramaturgo soviético relembra em detalhes a fascinante personalidade de Tyniánov.
Sobre os autores(as)

Schnaiderman, Boris

Tradutor, ensaísta, crítico literário, romancista e professor. Mora em Odessa com a família, que, descontente com o regime bolchevique e a presença soviética na Ucrânia, transfere-se para o Brasil em 1925. A partir da década de 1940, traduz obras do russo, com o pseudônimo Boris Solomov.

Suas traduções figuram entre as primeiras realizadas, em território brasileiro, diretamente dos textos russos originais. Verte para o português as obras de Fiodor Dostoievski (1821-1881), Lev Tolstoi (1828-1910), Aleksandr Puchkin (1799-1837), Anton Tchekov (1860-1904) e Isaac Babel (1894-1940), entre outros. Formado em engenharia agronômica pela Escola Nacional de Agronomia, no Rio de Janeiro, divide o trabalho de tradutor com o de agrônomo, que exerce por insistência da família.

É convocado para a Segunda Guerra Mundial pela Força Expedicionária Brasileira (FEB), em 1944, interrompendo as duas atividades. Sua experiência como sargento de artilharia e controlador de tiro vertical resulta no livro de ficção Gerra em Surdina, editado em 1964. Passa, em 1957, a colaborar com artigos na imprensa e, três anos depois, é um dos responsáveis pela fundação do curso de língua e literatura russas na Universidade de São Paulo (USP). Na década de 1960, em consequência de sua origem e com o estigma de comunista, Schnaiderman tem problemas com a ditadura militar e é preso na Cidade Universitária, onde leciona.

No fim dessa década, os diálogos entre o tradutor e os poetas do concretismo Augusto de Campos (1931) e Haroldo de Campos (1929-2003) levam a um trabalho conjunto de tradução e apresentação da poesia moderna russa: um volume de traduções do poeta Vladimir Maiakovski (1893-1930), em 1967, e outro de antologia dos poetas russos da vanguarda, em 1968. Aposenta-se em 1979, mas mantém atividade na pós-graduação e intensifica o ofício de tradutor. Publica, em 1999, a versão de A Dama de Espadas, de Aleksandr Puchkin, em parceria com o tradutor e poeta brasileiro Nelson Ascher (1958). Recebe o título de professor emérito da USP, em 2001, e o Prêmio de Tradução da Academia Brasileira de Letras, em 2003. No ano de 2007, o governo da Rússia lhe concede a Medalha Púchkin, um reconhecimento por sua contribuição na divulgação da cultura russa.

Bernardini, Aurora Fornoni

Aurora Fornoni Bernardini possui graduação em Língua e Literatura Inglesa pela Universidade de São Paulo (1963), graduação em Curso livre de língua russa pela Universidade de São Paulo (1966), mestrado em Letras (Língua e Literatura Italiana) pela Universidade de São Paulo (1970), doutorado em Letras (Literatura Brasileira pela Universidade de São Paulo (1973). É professora titular do DLO-FFLCH da Universidade de São Paulo. Tem experiência na área de Letras, com ênfase em Teoria e Critica Literárias, atuando principalmente nos seguintes temas: Teoria e Critica Literárias, Literatura Russa, Literatura Italiana, Literatura Comparada e Teoria da Narrativa, Semiótica Russa.

Tyniánov, Iuri

Iuri Nikoláievitch Tyniánov nasceu em 1894 em Réjitsa, na província de Vítebsk. Após graduar-se em filologia na Universidade de Petrogrado, passou a lecionar literatura no Instituto de História da Arte daquela cidade. Ligado ao grupo dos formalistas russos, nos anos 1920 Tyniánov escreveu ensaios seminais sobre história e teoria da literatura. Após o fechamento do instituto, em 1931, Tyniánov tornou-se editor da respeitada série Biblioteca do Poeta, da editora Soviétski Pissátel. Além de ensaísta, foi também um inovador no gênero da ficção, condensando em suas narrativas pesquisa histórica e técnicas literárias modernistas: Kiúkhlia (1925), seu romance de estreia, tem como personagem o dezembrista Wilhelm Küchelbecker; A morte de Vazir-Mukhtar (1928) trata do ambiente cultural que cercava o dramaturgo Aleksandr Griboiédov; O tenente Quetange (1928) tem sua origem num roteiro para um filme mudo que depois ganhou as telas com direção de Aleksandr Feinzimmer e música de Serguei Prokófiev; e O jovem Púchkin, primeira parte de um grande romance biográfico sobre o poeta, veio à luz em 1936. Deixando o projeto sobre Púchkin inacabado, Tyniánov faleceu em Moscou, em 1943, vítima de uma doença congênita.
ISBN 9786555251500
Autores Tyniánov, Iuri (Autor) ; Bernardini, Aurora Fornoni (Tradutor) ; Schnaiderman, Boris (Prefácio)
Editora 34
Coleção/Serie Coleção Leste
Idioma Português
Edição 1
Ano de edição 2023
Páginas 96
Acabamento Brochura
Dimensões 21,00 X 14,00
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