François Rabelais (1494-1553) foi escritor, padre e médico francês do Renascimento. Ficou para a posteridade como o autor das obras-primas cômicas Pantagruel e Gargântua, que exploravam lendas populares, farsas, romances, bem como obras clássicas. O escatologismo foi usado para condenação humorística. A exuberância da sua criatividade, do seu colorido e da sua variedade literária asseguraram a sua popularidade. Foi um sacerdote de fraca vocação, erudito apaixonado pelo saber, de espírito ousado e com propensão para as novidades e para as reformas. Depois de aparentemente ter estudado Direito, tornou-se franciscano e iniciou os seus contatos com o movimento humanístico, trocou correspondência com G. Budé e com Erasmo de Roterdam. Depressa adquiriu fama de grande humanista junto dos seus contemporâneos, mas a sátira religiosa, o humor escatológico e as suas narrativas cômicas abriram-lhe o caminho para a perseguição. A sua vida estava dependente do poder de várias figuras públicas, nos tempos perigosos de intolerância que se viviam na França. Por ordem da Sorbonne, viu confiscados os seus livros, tendo então passado para a ordem dos beneditinos. Interessou-se pelo Direito e sobretudo pela Medicina. Médico em Lyon, aí publicou uma edição dos Aforismos de Hipócrates, Pantagruel (1532), seguido por Gargântua (1534). A proteção do cardeal J. Du Bellay salvou-o da repressão da Sorbonne que lhe condenara a obra. Depois de receber a permissão para o abandono do hábito, obteve o doutoramento em Medicina. O Quarto Livro, concluído em 1552, só foi publicado 11 anos após a sua morte. Pretendeu libertar as pessoas da superstição e das interpretações adulteradas que a Idade Média alimentara, não indo entretanto contra o Evangelho nem contra o valor divino. A obra de Rabelais constituiu uma das mais originais manifestações da crença do homem nas suas capacidades, simbolizadas pelo gigantismo das personagens. Inimigo da Idade Média, atacou a cavalaria, a mania conquistadora, o espírito escolástico e sobretudo o sistema de educação. |
Gustave Doré (Estrasburgo,1832—Paris, 1883) foi um pintor, desenhista e o mais produtivo e bem-sucedido ilustrador francês de livros de meados do século XIX. Aos treze anos já desenhava as suas primeiras litogravuras e aos catorze publicou seu primeiro álbum, intitulado “Les travaux d’Hercule” (“Os Trabalhos de Hércules”). Seus desenhos eram esboçados em madeira para depois serem concluídos em papel. Com aproximadamente 25 anos, começou a trabalhar nas ilustrações de O Inferno de Dante. Em 1868, Doré terminou as ilustrações de O Purgatório e de O Paraíso, e publicou uma segunda parte incluindo todas as ilustrações de A Divina Comédia. Seguiu sua carreira de ilustrador sempre preenchendo as páginas dos livros: Contos jocosos, de Honoré de Balzac; Dom Quixote de la Mancha, de Miguel de Cervantes; O Paraíso Perdido, de Milton; Gargântua e Pantagruel, de Rabelais; O Corvo, de Edgar Allan Poe; a Bíblia; A Balada do Velho Marinheiro, de Samuel Taylor Coleridge; contos de fadas de Charles Perrault, como Chapeuzinho Vermelho, O Gato de Botas, A Bela Adormecida e Cinderela, entre outras obras–primas. Ilustrou também alguns trabalhos do poeta inglês Lorde Byron, como As Trevas e Manfredo. Além da prodigiosa capacidade de desenhar e recriar a forma humana e a fantasia criada pelos autores, Doré teve uma vida próspera e de reconhecimento e fama. Teve romances com as mulheres mais famosas do século XIX como a atriz Sarah Bernhardt e a cantora de opera Adelina Patti. Quando morre em 1883 Doré deixou incompletas as ilustrações para uma obra de Shakespeare. |
Élide Valarini Oliver é poeta, tradutora e professora de literatura brasileira e literatura comparada da Universidade da Califórnia, Santa Barbara. Sua tradução comentada de O Terceiro Livro dos Fatos e Ditos Heroicos do Bom Pantagruel, de François Rabelais, recebeu o prêmio Jabuti em 2007. Traduziu também O Quarto Livro dos Fatos e Ditos Heroicos do Bom Pantagruel, publicado também pela Ateliê Editorial. Publicou Rabelais e Joyce - Três Leituras Menipeias, pela Ateliê, na Coleção Estudos Literários. |
ISBN | 9786555800562 |
Autores | Rabelais, François (Autor) ; Oliver, Élide Valarine (Tradutor) ; Doré, Gustave (Ilustrador) |
Editora | Ateliê Editorial |
Coleção/Serie | Clássicos Comentados |
Idioma | Português |
Grade curricular | Ensino Universitário |
Edição | 2 |
Ano de edição | 2022 |
Páginas | 304 |
Acabamento | Capa Dura |
Dimensões | 27,00 X 18,00 |
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