Obras Póeticas De Alvarenga Peixoto

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A crítica textual, tal como ensinada e praticada no Brasil, sempre se propôs como finalidade a reconstituição de um suposto original, chamado por Segismundo Spina “texto genuíno”, que representaria a etapa final de composição da obra, quando já não é mais objeto de reescritura por parte de seu autor. O texto “genuíno” é um ideal filológico pensado como possível para todos os lugares e tempos e desconsidera a historicidade de várias poéticas, reduzindo-as a uma unidade sob égide romântica: nada se fala, nos manuais de crítica textual que tratam da “genuinidade”, das poéticas da voz, da performance e da recomposição pela escritura de textos que estão sempre in fieri, em estado de instabilidade. Mesmo estudos que objetivam considerar o caráter precário e movente de textos poéticos, como o de Rupert T. Pickens, que nos legou a magistral pesquisa sobre Jaufre Rudel, muita vez se deixam iludir pela ideia de “genuinidade” e acabam por impor a distintos estados textuais uma suposta hierarquia que toma como ponto referencial uma maior proximidade frente à última vontade autoral. Não assim a edição feita por Caio Cesar Esteves de Souza das poesias de Alvarenga Peixoto, em que uma reflexão crítica madura produz uma edição em que o descentramento, pela ruptura com a ideia romântica de autoria, se evidencia na prática de seleção e disposição dos poemas no interior da recolha. Caio Cesar Esteves de Souza recusa-se reconstituir os poemas de Alvarenga Peixoto a partir de uma collatio codicum que lhe permitiria alçar-se ao suposto original ou arquétipo da tradição, apresentando-nos por conta dessa negação um poeta e uma poesia mais pujantes e múltiplos. [Marcello Moreira]Prefácio: João Adolfo HansenApresentação: Kenneth MaxwellApoio: Harvard University – David Rockefeller Center for Latin American Studies
Sobre os autores(as)

Hansen, João Adolfo

João Adolfo Hansen nasceu em 1942, na cidade de Cosmópolis, em São Paulo. é docente aposentado da Universidade de São Paulo, crítico literário, pesquisador, ensaísta e historiador da literatura brasileira. Entre suas publicações, destacamos A Sátira e o Engenho (Ateliê Editorial, 2004). Escrita como tese de doutorado, consiste no mais completo estudo sobre Gregório de Matos e a Bahia do século XVII.

Moreira, Marcello

MARCELLO MOREIRA é professor de Literatura Brasileira e de História Literária do Departamento de Estudos Linguísticos e Literários da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB).

Maxwell, Kenneth

Kenneth Maxwell é especialista em História Ibérica e no estudo das relações entre Brasil e Portugal no século XVIII, sendo um dos mais importantes brasilianistas da atualidade. Tendo publicado "Conflicts and Conspiracies: Brazil & Portugal 1750-1808" (Cambridge University Press, 1973), notabilizou-se no Brasil a partir da publicação da obra no país, em 1977, sob o título "A devassa da devassa - A Inconfidência Mineira: Brasil e Portugal 1750-1808" (ISBN 8521903979). Publicou, posteriormente, "Marquês de Pombal - Paradoxo do Iluminismo" (1996) e "A Construção da Democracia em Portugal" (1999). A sua obra mais recente é "Naked Tropics: Essays on Empire and Other Rogues" (2003). Em maio de 2004 renunciou ao seu cargo de Diretor de Estudos Latino-Americanos do Conselho de Relações Exteriores de Nova York por ter criticado Henry Kissinger em uma resenha de livro sobre o golpe de Estado de Augusto Pinochet em 1973 e de não ter tido uma resposta publicada na revista Foreign Affairs. Atualmente, é diretor do Programa de Estudos Brasileiros do Centro David Rockefeller para Estudos Latinoamericanos da Universidade de Harvard.

Peixoto, Alvarenga

Alvarenga Peixoto (1744-1793) Inácio José de Alvarenga Peixoto nasceu no Rio de Janeiro em 1744. Inicialmente estudou Humanidades no Colégio dos Jesuítas no Rio de Janeiro e, mais tarde, se doutorou em Leis pela Universidade de Coimbra em 1767. No Brasil, exerceu a função de ouvidor no Rio das Mortes, onde conheceu Bárbara Heliodora, com quem se casou. Frequentou Outro Preto e, como proprietário de lavras no sul de Minas, descontentou-se com a "derrama", por isso teria participado da Inconfidência. Criou o lema de Virgílio: Libertas quae sera tamen para a nova república. Foi preso, julgado e desterrado, vindo a morrer de desgosto no presídio, em 1793. A pequena produção poética de Alvarenga Peixoto é irregular. Atreladas às intenções do Arcadismo, apresenta traços espalhados de forte nativismo sentimental que, muitas vezes, se mescla com o poder luso, ou seja, concilia desenvolvimento com respeito a um governo forte, déspota. O tema do herói pacífico atinge sua perfeita expressão na Ode dedicada ao Marquês de Pombal. Nesta lira laudatória, as contraposições têm, como pano de fundo, o cenário mítico arcádico. Sua obra principal é Obras Poéticas (1865).

Souza, Caio Cesar Esteves De

Caio Cesar Esteves de Souza concluiu seus estudos de graduação e pós-graduação em Literatura Brasileira na FFLCH-USP. Atualmente, desenvolve pesquisa de doutorado no departamento de Línguas e Literaturas Românicas da Universidade de Harvard. É especialista nas letras coloniais luso-brasileiras do século XVIII.
ISBN 9786555800227
Autores Peixoto, Alvarenga (Autor) ; Souza, Caio Cesar Esteves De (Compilador) ; Maxwell, Kenneth (Apresentador) ; Hansen, João Adolfo (Prefácio) ; Moreira, Marcello (Nota)
Editora Ateliê Editorial
Coleção/Serie Clássicos Comentados
Idioma Português
Grade curricular Ensino Universitário
Edição 1
Ano de edição 2021
Páginas 240
Acabamento Capa Dura
Dimensões 27,00 X 18,00

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