Eleito para a Academia Brasileira de Letras em 1991, Dias Gomes traz em Odorico na cabeça uma narrativa sobre as andanças de Odorico Paraguaçu, o Prefeito de Sucupira, com seu talento e engenho ímpares. “Da peça teatral O Bem-Amado ao vitorioso seriado de TV com o mesmo título — uma das melhores produções televisivas de todos os tempos, em qualquer país —, e finalmente aos contos de Sucupira, Ame-a ou Deixe-a, e agora deste Odorico na Cabeça, o que resultou não foram apenas variantes da irresistível crônica desse tão contraditório chefete político do interior, mas recriações completas, com linguagem e características adequadas a três veículos de comunicação com sintaxe própria.” Ênio Silveira Dias Gomes foi tão bem-sucedido em cada uma de suas criações que, hoje, Sucupira é um município conhecido em todos os cantos do Brasil, e suas figuras mais evidentes – Odorico, Zeca Diabo, Dirceu Borboleta, Lulu Gouveia, as Cajazerias, Dona Chica Bandeira e Padre Honório – transformaram-se em personalidades nacionais. Sempre com teor contestador, este Odorico na cabeça reúne os textos O chafarótico, Só cai quem monta, A Guerra das Malvadas, Um analista em Sucupira, Um jegue no Vaticano, O finado que o vento levou, e o roteiro original do primeiro episódio da trilogia de Sucupira vai às urnas – à época,por solicitação do PDT e do PTB, proibido de ir ao ar pelo Tribunal Regional Eleitoral. Talento e engenho são duas qualidades marcantes em toda a produção literária do premiado Dias Gomes. Profundamente ligado às alegrias e tristezas do povo, o autor não apenas escolhe temas que estabelecem comunicação ampla com grandes massas humanas, mas que contribuem para edificá-las, ajudando-as a tomar consciência de si próprias e de seu legítimo direito de ter voz e voto sobre assuntos de interesse nacional. Romancista, dramaturgo, autor de telenovelas e membro da Academia Brasileira de Letras, Dias Gomes foi um dos mais célebres nomes da escrita do século 20. Tendo falecido em 1999. Alfredo de Freitas Dias Gomes nasceu em 1922 e escreveu diversas obras para o teatro, literatura, cinema e televisão. Entre suas peças teatrais, a mais célebre é O pagador de promessas (1959). Adaptada para o cinema em 1962, por Anselmo Duarte, conquistou vários prêmios internacionais, com destaque para a Palma de Ouro no Festival de Cannes. Foi eleito para a Academia Brasileira de Letras em 11 de abril de 1991. Morreu num acidente automobilístico em 18 de maio de 1999.
Sobre o autor(a)
Gomes, Dias
Dias Gomes nasceu em Salvador em 1922. Passou a residir no Rio de Janeiro em 1935, onde trabalhou no teatro, no rádio e na televisão, obtendo grande sucesso de público e crítica, apesar da censura da ditadura militar. Foi um sagaz questionador da realidade brasileira, com um olhar lúcido e crítico para as desigualdades e os absurdos de uma sociedade que passava por intensas transformações. Em 1991 conquistou um merecido lugar na Academia Brasileira de Letras. Morreu oito anos depois, vítima de um acidente de carro, em São Paulo. |