Em todos os países, os reis foram considerados personagens sagrados; pelo menos em certos países, eles foram considerados como taumaturgos. Durante longos séculos, os reis da França e os reis da Inglaterra pretendiam curar, somente com o contato de suas mãos, os doentes. Em torno deles, acreditava-se normalmente em sua virtude medicinal. Esses fatos, ao menos em suas linhas gerais, são bem conhecidos dos eruditos e dos curiosos. Todavia, devemos admitir que frequentemente passaram em silêncio. Os historiadores escreveram enormes livros sobre as ideias monárquicas sem nunca os mencionar. As páginas que se lerão a seguir possuem como principal objetivo preencher essa lacuna.SumárioÍndice das ilustrações, 9Prefácio, 11Bibliografia, 15Introdução, 27Livro primeiro As origensCapítulo I – Os primórdios do toque das escrófulas, 39Capítulo II – As origens do poder curativo dos reis: a realeza sagrada nos primeiros séculos da Idade Média, 61Livro segundo Grandeza e vicissitudes das realezas taumatúrgicasCapítulo I – O toque das escrófulas e sua popularidade até o fim do século XV, 95Capítulo II – O segundo milagre da realeza inglesa: os anéis medicinais, 158Capítulo III – A realeza maravilhosa e sagrada: das origens do toque das escrófulas à Renascença, 181Capítulo IV – Algumas confusões de crenças: São Marcoul, os reis da França e os sétimos filhos, 250Capítulo V – O milagre real no tempo das lutas religiosas e do absolutismo, 295Capítulo VI – O declínio e a morte do toque, 360Livro terceiro A interpretação crítica do milagre régioCapítulo único, 385Apêndices, 405Adições e retificações, 463Índice alfabético dos nomes próprios e dos principais termos, 471Índice geral, 509
Sobre o autor(a)
Bloch, Marc
Marc Bloch (1886 -1944) foi um historiador francês que fundou a Escola de Annales — movimento que incorporou métodos das Ciências Sociais ao estudo da História. Cursou a Escola Normal Superior de Paris e, depois de algumas passagens pela Alemanha, tornou-se professor de História Medieval. Fez parte da infantaria francesa na Primeira Guerra Mundial e, após o seu término, ingressou na Universidade de Estrasburgo. Em 1929, fundou a Revista de Annales e a administrou até a eclosão da Segunda Guerra Mundial. Por ser judeu, deixou a direção da revista depois da invasão nazista em Paris e passou a integrar a resistência francesa, até ser fuzilado pelos invasores em 1944. |