“Viver requer aestado artístico”. Em obra póstuma e inédita, a autora consagrada Nélida Piñon costura, através de 147 capítulos, o seu testamento literário: Os rostos que tenho.
Nélida Pinõn acreditava na importância de deixar rastros. Rastros de existência, da própria criação, de palavras que se incorporam a um legado para os que ficam. Com 147 capítulos curtos que lembram a estrutura de um diário, a autora consagrada esculpe uma extensa pluralidade de máscaras que flutua pelos meandros da vida, da arte e da mortalidade. Ao lado da pressa por escrever em contrapelo ao tempo que lhe resta, não habita a autocomiseração, mas a festa: “Luto para meus dias serem festivos. Só por estar viva, mesmo sem razão concreta, ergo a taça da ilusão”. Obra póstuma e inédita, Os rostos que tenho é, segundo o escritor Rodrigo Lacerda, o “testamento literário” de Nélida Piñon.
A primeira escritora a se tornar presidente da ABL sabia do papel social e literário que exercem os registros que deixamos, as memórias que nos empenhamos para preservar. Através de textos curtos que, no entanto, não correm o risco de minguar na superfície, Nélida mergulha em suas próprias máscaras, tecendo um balanço de vida coeso, complexo e multifacetado. Os rostos que tenho nos apresenta a recortes de sua infância, na qual as línguas espanhola e portuguesa se entrelaçam, criando uma sinfonia cultural que ecoa através de sua vida e de sua literatura. Somos convidados, ainda, a conhecer sua relação íntima com a palavra, com a criação, com os seus contemporâneos. Em uma reflexão profunda sobre a mortalidade, reconhecemos a preciosidade de seus rastros e vontades de memória.
O prefácio desta primeira edição, assinado pelo escritor – e editor de Nélida Piñon - Rodrigo Lacerda, deixa um recado ao leitor:
“Haveria ainda muito a se falar sobre o testamento literário de Nélida Piñon e seus rostos mutantes, ou, como diz o capítulo 46, suas “máscaras”. É melhor, no entanto, deixar que os leitores se surpreendam com o livro. E se emocionem com as derradeiras perguntas que Nélida deixa no ar, vendo próximo o fim de uma vida inteira dedicada ao poder de invenção e reinvenção pelas palavras.”
Nascida no Rio de Janeiro em 1937, Nélida Piñon estreou em 1961 com o romance Guia-mapa de Gabriel Arcanjo. Ao longo da carreira, colaborou em publicações nacionais e estrangeiras, proferiu conferências em diversos países e foi traduzida para diversas línguas. Foi catedrática da Universidade de Miami e escritora-visitante de diversas universidades, entre elas Harvard, Columbia, Johns Hopkins e Georgetown. Vencedora dos mais prestigiosos prêmios de literatura no Brasil, ganhou no exterior os prêmios Juan Rulfo, do México; Jorge Isaacs, da Colômbia; Gabriela Mistral, do Chile; Rosalía de Castro e Menéndez Pelayo, da Espanha; e Vergílio Ferreira e Lusofonia, em Portugal. Em 2005, pelo conjunto de sua obra, recebeu o importante Prêmio Príncipe de Astúrias. Foi doutora honoris causa das universidades Poitiers, Santiago de Compostela, Rutgers, Florida Atlantic, Montreal, UNAM e PUC-RS. Em 1989, foi eleita para a Academia Brasileira de Letras e, em 1996, por ocasião do centenário da ABL, tornou-se a primeira mulher a presidi-la. Em 2012, foi nomeada Embaixadora Ibero-Americana da Cultura. Faleceu em 2022, aos 85 anos, em Lisboa.
ISBN | 9786555877533 |
Autor(a) | Piñon, Nélida (Autor) |
Editora | Record |
Idioma | Português |
Faixa etária | Adolescentes (11-14) |
Edição | 1 |
Ano de edição | 2023 |
Páginas | 266 |
Acabamento | Brochura |
Dimensões | 22,50 X 15,50 |
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