“Os antigos costumavam comparar ao ouro tudo o que consideravam sem defeitos e belo por excelência: assim, entendiam por Idade do ouro a idade das virtudes e da felicidade, e pelos Versos Dourados os versos nos quais estava encerrada a mais pura das doutrinas.
Atribuíam constantemente esses versos a Pitágoras não porque acreditassem que esse filósofo os houvesse composto ele próprio, mas porque sabiam que aquele entre seus discípulos que era deles o autor, neles havia exposto a exata doutrina de seu mestre, e criara todos com base nas máximas saídas de sua boca. Esse discípulo, recomendável por suas luzes e, sobretudo, por seu apego aos preceitos de Pitágoras, chamava-se Lísis.
Após a morte desse filósofo, e quando seus inimigos, transitoriamente triunfantes, suscitaram em Crotona e em Mesaponto a terrível perseguição que custou a vida de um grande número de pitagóricos, esmagados sob os destroços de sua escola incendiada, ou forçados a morrer de fome no templo das Musas, Lísis, que felizmente escapara desses desastres, refugiou-se na Grécia, onde, desejoso de expandir a seita de Pitágoras, cujos princípios eram então alvo de calúnia, julgou necessário redigir uma espécie de formulário que contivesse as bases da moral e as principais regras de conduta oferecidas por esse homem célebre.
É a essa atitude generosa que devemos os versos filosóficos que tentei traduzir para o francês. Esses versos, chamados de dourados pela razão por mim indicada, contêm as opiniões de Pitágoras, e são tudo o que nos resta de verdadeiramente autêntico no que diz respeito a um dos maiores homens da antiguidade.”
ANTOINE FABRE D’OLIVET
Edson Bini é um consagrado e produtivo tradutor, sendo esta sua atividade principal há mais de 40 anos. Nasceu em São Paulo, em 02 de dezembro de 1946. O primeiro livro que leu na vida foi O Conde de Monte Cristo, de Alexandre Dumas. Aos 12 anos se apaixonou por filosofia quando leu pela primeira vez Platão. Estudou filosofia na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP e seu interesse inicial pela língua grega foi despertado nas primeiras aulas do professor José Cavalcante de Souza (doutor em língua e literatura gregas) quando ele escrevia fragmentos dos pré-socráticos em grego no quadro negro. Nesta época, década de 70, iniciou sua atividade como tradutor e redator, além de se dedicar ao estudo da história das religiões. Trabalhou com o jornalista e escritor Ignácio de Loyola Brandão. Realizou dezenas de traduções nas áreas da filosofia, inclusive filosofia do direito, para as editoras Hemus, Ícone, Martins Fontes, Landy, Loyola e, há quase 20 anos, é tradutor da Edipro, ocupando-se principalmente da tradução anotada, de cunho marcantemente didático e formativo, de grandes obras da filosofia grega antiga, embora haja também trazido para nosso vernáculo autores como Maquiavel, Kant, Montesquieu, Nietzsche, Rousseau, Bacon e Descartes. Dedicando-se, sobretudo, à tradução anotada durante este período, seu trabalho que ganhou maior notoriedade foi a tradução das obras completas de Platão e, na sequência, das obras de Aristóteles. |
Antoine Fabre-D'olivet nascido em 1767, em Ganges (França), em uma abastada família protestante, foi enviado a Paris em 1780, onde ainda muito jovem tomou gosto pela música e pela literatura. Em sua adolescência, ficou conhecido por produzir peças e versos. Dada sua inteligência excepcional, foi guiado também em estudos médicos pelo famoso Dr. Sigault. Decidido a viver de seus escritos, seguiu para a Alemanha, onde recebeu sua iniciação pitagórica, que marcou toda a sua produção a partir de então. De volta a Paris, dedicou-se a estudos filosóficos e filológicos. Como filólogo e linguista autodidata, era conhecedor, entre outros idiomas, do grego e do latim, e tinha profundo interesse no chinês, no sânscrito e no hebraico. Compôs e gravou peças musicais, e como escritor compôs poemas, peças de teatro e fundou, em 1797, L’Invisible, um jornal político-literário. O tema do invisível ocupou grande parte de sua atenção e de seus estudos, e de sua dedicação ao estudo do oculto surgiu, em 1813, esta, considerada sua obra-prima, Os Versos Dourados de Pitágoras. Entre suas obras, encontram-se: Azalais et le gentil Aymar (1799); Lettres à Júlia sur L’histoire (1801); Le Savent de Societé (1801); Trouvador, poésies occitaniennes du XIIIe siécle (1803); A língua hebraica restaurada (1816-1817); Noções sobre o sentido da audição (1819); e A história filosófica do gênero humano (1824). Este filólogo, escritor, historiador, teósofo iluminista e o primeiro ocultista do século XIX faleceu em Paris, em 1825. |
ISBN | 9788572839969 |
Autores | Fabre-D'Olivet, Antoine (Autor) ; Bini, Edson (Tradutor, Introdução) |
Editora | Edipro |
Idioma | Português |
Edição | 1 |
Ano de edição | 2017 |
Páginas | 176 |
Acabamento | Brochura |
Dimensões | 21,00 X 14,00 |
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