Poiética [Cadernos]

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Livro finalista do Prêmio Jabuti 2023 | Melhor tradução | Roberto Zular e Fábio Roberto Lucas


  Conta-se que Paul Valéry acordava diariamente às 5 horas da manhã e se colocava a escrever, em pé. Durante mais de 50 anos (entre 1894 a 1945), o poeta madrugador preencheu 27 mil páginas de cerca de 260 cadernos, registrando reflexões sobre temas os mais variados, até mesmo das ciências ditas “duras”, entrecruzando formulações lapidares com anotações laterais, desenhos, gráficos, indicações textuais diversas.


  O volume e a complexidade desse material explicam a bem conhecida dificuldade de edição dos Cadernos, que apenas na década de 1970 ganhou uma versão não especializada (em certo sentido, simplificada), na prestigiada coleção Pléiade, da Gallimard.


  O lembrete é importante pois ajuda a perceber quão precioso é o presente trabalho de “tradução” da seção temática “Poiética” dos cadernos de Paul Valéry. Retomando o texto base da Pléiade, Roberto Zular e Fábio Roberto Lucas “corrigem” exclusões e decisões editoriais pouco sustentáveis, valorizando justamente as virtualidades de sentido dos Cadernos. Ao invés de “limpar” as supostas impurezas, optaram, ao contrário, por um procedimento “genético” que busca respeitar as relações de sentido inscritas em cada página, com o auxílio de diferentes edições e do fac-símile dos originais.


  Resulta disso uma “edição aumentada”, que nada mais é do que um trabalho inédito de edição de parte dos cadernos de Valéry, com “afinamento” filológico talvez mais convincente aos ouvidos atuais. É ao leitor de hoje, mais familiarizado com a ideia de inacabamento, mais sensível ao aspecto visual do texto, mais aberto à “hesitação” do pensamento, que se dirige a edição brasileira da Poiética de Valéry. Ao evidenciar outra leitura (não exatamente romântica) da estética do fragmento, os organizadores também nos mostram que há muito a ser redescoberto nesse autor cuja fama de “formalista” promoveu, mas também limitou, ao longo do tempo, o interesse por sua extensa e variada produção.


  O excelente posfácio que fecha o trabalho reúne elementos dessa historicidade, abordando não apenas o pensador da complexa reversibilidade entre forma e fundo, mas igualmente o intelectual atento a dilemas institucionais que abalaram a Europa no período que compreende as duas guerras mundiais.



Marcos Siscar




Paul Valéry (1871-1945) foi um dos mais importantes escritores franceses do século XX. Poeta amplamente reconhecido, fez da poesia um microcosmo que lhe permitiu entrecruzar os mais diversos campos do saber (poética, linguística, psicologia, política, física, biologia) e os mais variados meios de escrita (poemas, ensaios, traduções, peças, diálogos). Sua obra secreta, os cadernos, são o testemunho das dores e alegrias de uma vida que recusou a banalidade e a violência do mundo, partindo em busca de outras formas de pensamento e de outros modos de existência.


Sobre os autores(as)

Valéry, Paul

Paul Valéry, poeta, ensaísta, crítico de arte, pensador, nasceu em Sète, na França, em 1871, e morreu em 20 de julho de 1945, em Paris. Fez seus estudos em Montpellier, onde se formou em Direito. Instalou-se em Paris em 1894, onde viveu um longo período de silêncio poético até que, em 1917, sob influência de André Gide, volta a escrever e publica o poema “A jovem parca”, que o tornou imediatamente célebre. A este logo seguiram “O cemitério marinho” (1920) e “Charmes” (1922), que o consagraram como um dos grandes poetas franceses. Profundamente marcado por Stéphane Mallarmé, assume a reflexão sobre a linguagem, a forma, o sentido e a inspiração poéticas como meio de conhecimento do mundo. Sua obra está nitidamente marcada pela elaboração de uma poética do pensamento, que pode ser acompanhada ao longo de seus Cadernos [Cahiers], escritos entre 1894 e a sua morte em 1945. Depois da Primeira Guerra Mundial, já muito célebre, Valéry faz inúmeras viagens e assume diferentes funções dentre as quais a de membro da Academia Francesa em 1925 e professor de poética no Collège de France. Paul Valéry influenciou várias gerações de artistas, poetas e filósofos, como Rainer Maria Rilke, T. S. Eliot e James Joyce. Suas reflexões sobre o mundo contemporâneo, a crise do espírito e a relação entre filosofia, ciência e técnica marcaram vários pensadores contemporâneos como Jacques Derrida. Seus escritos sobre a relação entre arte e pensamento foram decisivos para Maurice Merleau-Ponty e para a elaboração de inúmeras propostas dos ciclos Artepensamento organizados no Brasil pelo filósofo Adauto Novaes.

Zular, Roberto

Poeta, tradutor e professor de Teoria Literária e Literatura Comparada da Universidade de São Paulo (USP).
ISBN 9786555191691
Autores Valéry, Paul (Autor) ; Zular, Roberto (Tradutor) ; Roberto Lucas, Fábio (Tradutor)
Editora Iluminuras
Idioma Português
Edição 1
Ano de edição 2022
Páginas 232
Acabamento Brochura
Dimensões 22,50 X 15,50

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