A única edição autorizada pelo Instituto Graciliano Ramos, onde parte dos direitos autorais são direcionados a ONG Inoccence Brasil. No declínio de um atribulado percurso de vida, um poderoso fazendeiro do sertão alagoano conta a sua história.
Em S.Bernardo somos apresentados a Paulo Honório, menino órfão que trabalhava como guia de um cego e vendia cocadas durante a infância para conseguir algum dinheiro. Mais tarde, ele passou a labutar na roça - tarefa a que se dedicou até os 18 anos, quando acabou preso após cometer um crime de honra. Ao ser solto, o principal foco de sua vida passa a ser amealhar bens e dinheiro. Para isso, toma um empréstimo de um agiota e começa a negociar gado, redes, rosários e diversas miudezas pelo sertão.
Enfrentando uma série de percalços, Paulo Honório reage a tudo com frieza, e chega a empregar meios antiéticos para atingir seus objetivos. Após conseguir juntar algumas economias, retorna a sua terra natal, Viçosa, decidido a comprar a fazenda São Bernardo, onde havia trabalhado na juventude.
Já mais velho, amargurado pela vida que levou, o narrador revisita dramas de seu passado e conflitos internos que permanecem inexplicáveis até o momento em que suas memórias estão sendo escritas. Nem a fazenda S. Bernardo, que conseguiu adquirir por preço irrisório, nem a professora Madalena, a quem contratou para alfabetizar as crianças do seu empreendimento rural e com quem acaba se casando, deram-lhe o sossego que tanto buscava. A escrita, então, é o que lhe resta, na tentativa de ter de volta a paz desejada.
Da elaborada teia existencial desenvolvida ao longo da trama - com os conflitos entre as visões de mundo incorporadas pelos personagens -, destaca-se, em S.Bernardo, um texto riquíssimo, principalmente nas falas de Paulo Honório, construído em metáforas surpreendentes, ainda que disfarçadas pela concretude das palavras.
Considerado pela crítica literária um dos mais importantes textos de ficção do movimento modernista brasileiro, S.Bernardo está disponível agora nesta bela edição que integra o projeto gráfico mais recente da obra de Graciliano Ramos.
Graciliano Ramos nasceu em 27 de outubro de 1892, na cidade de Quebrangulo, em Alagoas. Entre 1914 e 1915, então no Rio de Janeiro, trabalhou como revisor nos jornais Correio da Manhã, A Tarde e O Século. Em 1933, foi nomeado diretor da Instrução Pública de Alagoas e, ao mesmo tempo, contratado como redator do Jornal de Alagoas. Em março de 1936 foi preso, em Maceió, sem culpa formada, sob a alegação de que seria comunista, passando por várias prisões, em Maceió e Recife. Seguiu no porão de um navio para o Rio de Janeiro, onde ficou quase um ano na cadeia. Seu drama e dos companheiros de cadeia seriam relatados em Memórias do cárcere, publicado postumamente em 1953. Em agosto de 1936, ainda na prisão, publicou o romance Angústia, considerado o romance tecnicamente mais complexo de Graciliano Ramos, no qual retrata a cidade de Maceió daquela época. Mas é em 1938 que o autor escreve o livro que se tornaria sua obra-prima: Vidas secas, seu quarto e último romance, voltado para o drama social e geográfico de sua região - melhor expressão de seu estilo, com ênfase regionalista. Graciliano Ramos - o Mestre Graça, como era carinhosamente tratado - morreu na Cidade do Rio de Janeiro, no dia 30 de março de 1953, aos 61 anos.
Graciliano Ramos foi um renomado escritor brasileiro nascido em 1892, em Quebrangulo, Alagoas. Ele iniciou sua carreira como funcionário público, mas logo se dedicou integralmente à literatura. Suas obras, como "Vidas Secas", "Angústia" e "São Bernardo", são marcadas por um estilo conciso e realista, explorando temas como a pobreza, a injustiça social e as condições do Nordeste brasileiro. Preso durante o Estado Novo, seu livro "Memórias do Cárcere" reflete essa experiência. Graciliano faleceu em 1953, deixando um legado duradouro na literatura brasileira. |
ISBN | 9788501116192 |
Autor(a) | Ramos, Graciliano (Autor) |
Editora | Record |
Idioma | Português |
Faixa etária | Adolescentes (11-14) |
Edição | 109 |
Ano de edição | 2019 |
Páginas | 288 |
Acabamento | Brochura |
Dimensões | 21,00 X 13,50 |
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