De maneira muito original, o autor traz uma perspectiva interseccional para o debate sobre a loucura no Brasil. Demonstra como o racismo está engendrado nos mecanismos de manicomialização e como o ambiente social age para tornar vulneráveis pessoas negras, indígenas, condição social e também mulheres e LGBTQIA+. A partir de conceitos como desnorteamento, descolonização e aquilombação, e apoiado em sua própria atuação como trabalhador na Rede de Atenção Psicossocial ligada ao SUS, Emiliano de Camargo David faz uma defesa contundente pelo fim das internações e pelo desmonte dos manicômios, em favor da construção de um sistema coordenado de atenção e cuidado à saúde mental das populações brasileiras marginalizadas, em que o indivíduo seja atendido e apoiado em sua própria comunidade, em seu próprio território. Este processo, que chama de antimanicolonial, é aquele que permite o reforçamento/reconstrução de vínculos afetivos e estruturais no interior da comunidade, entre indivíduos, entre indivíduo e a coletivadade e na relação indivíduo/comunidade/território. Uma visão renovadora e inovadora para a luta antimanicomial e que desnuda, ao mesmo tempo, os vários preconceitos (raciais, étnicos, de gênero) que permeiam as relações interpessoais e institucionais no Brasil.Emiliano de Camargo David, é psicólogo, doutor e mestre em Psicologia Social pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP/ Bolsista CNPq), com especialização lato sensu em Psicopatologia e Saúde Pública pela Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (FSP/USP), cujas pesquisas foram desenvolvidas na área da Saúde Mental da População Negra, propondo a aquilombação da Rede de Atenção Psicossocial e a antimanicolonialidade da reforma psiquiátrica e da luta antimanicomial. Atualmente, é professor adjunto do Instituto de Psicologia da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (IP/UERJ); docente colaborador do Mestrado Profissional em Atenção Psicossocial (MEPPSO) e do Programa de Pós-Graduação em Psiquiatria e Saúde Mental (PROPSAM), ambos do Instituto de Psiquiatria da Universidade Federal do Rio de Janeiro (IPUB/UFRJ). Integra o AMMA Psique e Negritude – Centro de Pesquisa, Formação e Referência em Relações raciais. Também, é membro do grupo de trabalho Racismo e Saúde da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (ABRASCO). Traz como experiência o exercício, de mais de uma década, como trabalhador/psicólogo no Sistema Único de Saúde (SUS), mais especificamente, nos Centros de Atenção Psicossocial II e III (Infanto Juvenil e Adulto). Além da atuação como psicólogo clínico em consultório particular.
Sobre o autor(a)
David, Emiliano De Camargo
Emiliano de Camargo David, é psicólogo e psicanalista, doutor e mestre em Psicologia Social pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP/ Bolsista CNPq), com especialização lato sensu em Psicopatologia e Saúde Pública pela Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (FSP/USP), cujas pesquisas foram desenvolvidas na área da Saúde Mental da População Negra, propondo a aquilombação da Rede de Atenção Psicossocial e a antimanicolonialidade da reforma psiquiátrica e da luta antimanicomial. Atualmente, é professor adjunto do Instituto de Psicologia da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (IP/UERJ); docente colaborador do Mestrado Profissional em Atenção Psicossocial (MEPPSO) e do Programa de Pós-Graduação em Psiquiatria e Saúde Mental (PROPSAM), ambos do Instituto de Psiquiatria da Universidade Federal do Rio de Janeiro (IPUB/UFRJ). Integra o AMMA Psique e Negritude – Centro de Pesquisa, Formação e Referência em Relações raciais. Também, é membro do grupo de trabalho Racismo e Saúde da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (ABRASCO). Traz como experiência o exercício, de mais de uma década, como trabalhador/psicólogo no Sistema Único de Saúde (SUS), mais especificamente, nos Centros de Atenção Psicossocial II e III (Infanto Juvenil e Adulto). Além da atuação como psicólogo clínico em consultório particular. |