Em uma pena afiada para a prosa, o poeta Ferreira Gullar cria, com Um rubi no umbigo, uma tragicomédia de “humor selvagem e revoltado”
Este Um rubi no umbigo, de Ferreira Gullar, é uma comédia à brasileira. Tudo começa na casa de uma família de classe média, onde vivem o casal Everaldo e Doca, e o filho, Vítor. Um lar bastante comum, se não fosse por uma circunstância curiosa: Vítor, um jovem de vinte anos, tem um rubi costurado no umbigo – o único meio que sua falecida avó encontrou para salvá-lo de uma morte prematura. Quando a família se viu afundada em dívidas, o pai, Everaldo, encontrou uma solução simples para os problemas: retirar o rubi do umbigo do filho para pagar os débitos.
Inspirada em uma notícia de jornal, esta peça de Gullar, escrita em 1970, foi publicada somente em 1978, poucos anos após seu retorno do exílio imposto pela ditadura civil-militar. A primeira montagem, encenada no ano seguinte, contou com a direção de Bibi Ferreira e importantes nomes da dramaturgia, como Roberto Fróes, Osmar Prado e Ana Lúcia Torre.
Sucesso de crítica, Um rubi no umbigo apresenta muitas dimensões interpretativas, entre elas, a política, a social e a psicanalítica – esta última muito bem abordada pelo poeta e teórico Hélio Pellegrino, em texto de 1979, aqui incluído integralmente.
Esta edição, além de retomar o texto de 1978, inclui: a reprodução fac-similar das emendas feitas à mão pelo autor em um exemplar da primeira edição; a publicação do texto final da peça, reescrito por Gullar após assistir à montagem de Bibi Ferreira; o recorte de uma reportagem sobre o caso do homem que tinha um rubi no umbigo; algumas imagens do programa da montagem de 1979 e fotos da mais recente, de 2011; e textos que aproximam o público do debate crítico acerca da peça. O projeto gráfico, assinado pelo artista visual Gustavo Piqueira, é inspirado na edição de 1978 projetada por Eugênio Hirsch.
“A peça é grave, apesar de sua irresistível garra hilariante.” – Hélio Pellegrino
“O humor de Gullar é tão sutil e exigente quanto o de Kafka.” – Luiz Carlos Maciel, Veja
“Que privilégio para mim ter tido a oportunidade de ensaiar Um rubi no umbigo deste grande Ferreira Gullar. Sua peça desliza pela verdadeira carpintaria teatral aliada a uma realidade conduzida ao palco através do riso.” – Bibi Ferreira
Ferreira Gullar (São Luís/MA, 1930 – Rio de Janeiro/RJ, 2016) foi escritor, poeta, dramaturgo, crítico de arte e tradutor. Laureado com o Prêmio Camões, em 2010, Gullar é considerado um dos maiores autores da literatura brasileira. Foi nome proeminente do movimento neoconcreto, ao lado de Lygia Clark e Hélio Oiticica, e autor de obras imensuráveis como Poema sujo e Dentro da noite veloz, entre outras. Personalidade atuante na oposição à ditadura civil-militar, foi perseguido e preso. Exilou-se, a partir de 1971, em Paris, Moscou, Santiago, Lima e Buenos Aires. Apenas em 1977 o poeta pôde retornar ao Brasil. Em 2014, foi eleito para a cadeira de número 37 da Academia Brasileira de Letras.
FERREIRA GULLAR nasceu em São Luís do Maranhão, em 1930. Considerado um dos maiorespoetas brasileiros, foi também dramaturgo, crítico de arte, ensaísta, ficcionista e tradutor.É autor, entre outros, dos livros Poema sujo, João Boa-Morte: cabra marcado para morrer, Dentro danoite veloz e Toda poesia. Foi indicado ao Prêmio Nobel de Literatura em 2002, e recebeu diversosprêmios, entre eles três Jabutis (em 2000, 2007 e 2011), o Prêmio Machado de Assis, pelo conjunto daobra, em 2005, e o Prêmio Camões, considerado o mais importante da literatura em língua portuguesa,em 2010.Ferreira Gullar faleceu no Rio de Janeiro, em 2016. |
ISBN | 9786558471714 |
Autor(a) | Gullar, Ferreira (Autor) |
Editora | José Olympio |
Idioma | Português |
Grade curricular | Ensino Fundamental II |
Faixa etária | Adolescentes (11-14) |
Edição | 1 |
Ano de edição | 2024 |
Páginas | 160 |
Acabamento | Brochura |
Dimensões | 22,50 X 15,50 |
Utilizamos cookies para que você tenha a melhor experiência em nosso site. Para saber mais acesse nossa página de Política de Privacidade