"UM MAQUIAVEL QUE NÃO É O SINÔNIMO DO “MAL”Este livro, magnificamente bem escrito, mostra o lado oculto deste que é um dos mais célebres ícones da filosofia política em todos os tempos. Seu nome transformou-se em adjetivo e sua celebridade é alicerçada por uma frase que ele jamais escreveu: “Os fins justificam os meios...”.Desde sua morte, em 1527, não paramos de lê-lo, apesar das calúnias e das censuras. E sempre para que ele nos arranque do torpor. Nisso – por que não? –, Maquiavel é implacável como o sol de verão. É o astro que inspira sua prosa contundente, que lança sobre tudo uma luz tão crua que torna as arestas mais vivas. Nietzsche o disse melhor do que ninguém, em Além do bem e do mal: “Ele nos faz respirar o ar seco e rarefeito de Florença e não consegue evitar a exposição das mais sérias questões ao ritmo de um indomável allegrissimo, não sem desfrutar, talvez, de um perverso prazer de artista ao ousar o seguinte contraste: um pensamento embasado, difícil, duro, perigoso, e um ritmo galopante, de um bom-humor endiabrado”." "1) Livro de introdução ao pensamento e à figura de Nicolau Maquiavel, pensador fiorentino autor do best-seller O príncipe. 2) Numa obra leve e acessível, Patrick Boucheron mostra o filósofo por trás da célebre frase “os fins justificam os meios” - pela qual ele é mundialmente conhecido e que, no entanto, não consta em nenhuma de suas obras. 3) O pensamento de Maquiavel - cujo nome deu origem ao termo “maquiavélico” - na verdade é pouco conhecido, a não ser de forma caricatural. Boucheron mostra que, para além do estereótipo da maldade e do calculismo, Maquiavel é um autor ao qual se recorrer em tempos políticos difíceis e desafiadores (como os tempos nos quais ele viveu e nos quais forjou sua obra). 4) O próprio Maquiavel viveu na Florença dos Médici, em meio a violentas disputas por poder, chegando a ser exilado. Seu pensamento gira em torno da conquista e manutenção do poder, o papel do Estado e do governante - temas que são atuais hoje quanto à época. 5) Para quem quiser aprofundar o estudo ou a leitura sobre Maquiavel, ao final do volume consta uma listagem de obras em diversas línguas preparada pelo autor. 6) Edição feita com subsídio do Ministério da Cultura do governo francês, que somente subsidia obras de comprovada relevância cultural. 7) Patrick Boucheron é historiador especialista em história medieval e professor do Collège de France. É autor de vários livros, dos quais Como se revoltar? e Por uma história-mundo (em coautoria) já foram publicados no Brasil. "
Sobre os autores(as)
Boucheron, Patrick
Patrick Boucheron, nascido em Paris, em 1965, é um historiador especializado na Idade Média, em particular na península italiana. Depois de concluir os estudos na Escola Normal Superior de Saint-Cloud e o doutorado na Sorbonne, ensinou em diversas instituições antes de ser eleito em 2015 para uma cátedra no Collège de France. Entre seus livros, destacam-se Léonard et Machiavel (2008) e Conjurer la peur: Sienne, 1338 (2013). Intelectual presente na cena pública, Boucheron coordenou dois projetos editoriais em que tentou levar a prática de sua disciplina além do campo das histórias nacionais: Histoire du monde au XVe siècle (2009) e Histoire mondiale de la France (2017). |
Pinheiro Machado, Ivan
Capa: Ivan Pinheiro Machado sobre a pintura “Retrato de Dante” (1495), Sandro Boticelli 47 x 57 cm, têmpera sobre madeira. Coleção particular, Genebra, Suiça. |